Bem-vindos a 2014!

Olá, Dickinsonians!

É com muita alegria que o Clube de Português deseja um Feliz Ano Novo a todos!

Viva 2014!

Quais são os planos para esta nova etapa? O povo brasileiro celebra muito a entrada de um novo ano, com diversas crenças e tradições. Você conhece algumas delas?

Tradições brasileiras

A passagem de ano no Brasil tem nome francês, comida italiana e festa no melhor estilo brasileiro, com fogos de artifício, confraternização entre os familiares e amigos e oferendas às entidades do candomblé, umbanda e até para os anjos da guarda. Neste caso, os principais ritos ocorrem nas praias em homenagem a Iemanjá – deusa do mar na religião dos orixás, que protege os fiéis com saúde, amor e dinheiro o ano todo.

Ali ocorre a generalizada tradição de pular sete ondas, que provém de costumes africanos, também em respeito à dona das águas, para que os caminhos sejam abertos. No Candomblé, sete é número cabalístico e representa Exu, filho de Iemanjá, inspirando a prática de um pulo e um pedido a cada onda para sorte futura, sem que jamais se dê as costas para o mar após a homenagem. Acender velas na praia ou jogar rosas no mar completam as comemorações mais tradicionais.

 

Réveillon em Copacabana
Banco de dados da Riotur
Fogos de artifício no Réveillon de Copacabana

 

É na praia de Copacabana, Rio de Janeiro, que a queima de fogos e os rituais à beira do mar reforçam o cenário do Réveillon mais conhecido do país, atraindo mais de 2 milhões de pessoas para o espetáculo de quase 20 minutos. Balsas na orla soltam dezenas de toneladas de fogos de artifício, com símbolos de prosperidade, amor e paz. O custo, calculado em cerca de R$ 2 milhões, é coberto pela arrecadação extra – pode chegar a R$ 500 milhões, principalmente graças a turistas estrangeiros.

Em casa, multiplicam-se as tradições e simpatias na noite de 31 de dezembro, como a crença de comer porco e não aves, que podem trazer azar pelo fato de ciscarem para trás, induzindo quem comeu a regredir na vida. Para um ano melhor, à meia-noite é comum as pessoas pularem com um pé só (direito), passar a virada com dinheiro no bolso, dar três pulinhos com a taça de champanhe na mão e jogar tudo para trás para eliminar o que passou de ruim ou cumprimentar primeiro alguém do sexo oposto para trazer sorte no amor.

A sorte no amor passa por crenças como a de usar peças íntimas novas na noite da virada e pela simbologia das cores, que além da tradicional cor branca nas roupas representando a paz e a luz, inclui: azul para a calma e tranqüilidade, amarelo para a riqueza, vermelho para a paixão, rosa para o amor, verde para a esperança e auto-afirmação e violeta para o equilíbrio das emoções.

Fonte: http://pessoas.hsw.uol.com.br/reveillon2.htm

Para aqueles que procuram algo para inspirar o novo ano, deixo um poema do eterno Carlos Drummond de Andrade… Que esta leitura sirva para renovar os sentimentos e humores de todos os leitores!

RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Fotos da Festa Junina!

Boas noites, sô!

A Festa Junina organizada pelo Clube de Português trouxe muito forró e algumas comidas típicas brasileiras para os queridos Dickinsonians!

A todos que colaboraram para a realização deste evento e também para os que nos prestigiaram, o nosso MUITO OBRIGADO!

Deixo algumas fotos do evento!

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Preparados para o próximo?!

Um abraço!

Arraiá da Dickinson!

Atenção! Atenção!

Essa semana temos uma programação especial: uma FESTA JUNINA na Dickinson!

Todos estão convidados, sexta-feira, dia 15 de Novembro (por coincidência, dia da Proclamação da República) das 5:00 às 6:30. Social Hall, com música e algumas comidas típicas!

PARTICIPEM!!!

Abaixo, deixo um pouco de informação sobre a Festa Junina para vocês se prepararem para o nosso grande dia!

Abraços!

 

As quadrilhas vieram da Europa para o Brasil

As quadrilhas vieram da Europa para o Brasil

Na época da colonização do Brasil, após o ano de 1500, os portugueses introduziram em nosso país muitas características da cultura europeia, como as festas juninas.

Mas o surgimento dessas festas foi no período pré-gregoriano, como uma festa pagã em comemoração à grande fertilidade da terra, às boas colheitas, na época em que denominaram de solstício de verão. Essas comemorações também aconteciam no dia 24 de junho, para nós, dia de São João.

Essas festas eram conhecidas como Joaninas e receberam esse nome para homenagear João Batista, primo de Jesus, que, segundo as escrituras bíblicas, gostava de batizar as pessoas, purificando-as para a vinda de Jesus.

Assim, passou a ser uma comemoração da igreja católica, onde homenageiam três santos: no dia 13 a festa é para Santo Antônio; no dia 24, para São João; e no dia 29, para São Pedro.

Os negros e os índios que viviam no Brasil não tiveram dificuldade em se adaptar às festas juninas, pois são muito parecidas com as de suas culturas.

Aos poucos, as festas juninas foram sendo difundidas em todo o território do Brasil, mas foi no nordeste que se enraizou, tornando-se forte na nossa cultura. Nessa região, as comemorações são bem acirradas – duram um mês, e são realizados vários concursos para eleger os melhores grupos que dançam a quadrilha. Além disso, proporcionam uma grande movimentação de turistas em seus Estados, aumentando as rendas da região.

Com o passar dos anos, as festas juninas ganharam outros símbolos característicos. Como é realizada num mês mais frio, enormes fogueiras passaram a ser acesas para que as pessoas se aquecessem em seu redor. Várias brincadeiras entraram para a festa, como o pau de sebo, o correio elegante, os fogos de artifício, o casamento na roça, entre outros, com o intuito de animar ainda mais a festividade.

As comidas típicas dessa festa tornaram-se presentes em razão das boas colheitas na safra de milho. Com esse cereal são desenvolvidas várias receitas, como bolos, caldos, pamonhas, bolinhos fritos, curau, pipoca, milho cozido, canjica, dentre outros.

Fonte: http://www.brasilescola.com/detalhes-festa-junina/origem-festa-junina.htm

Cem cruzeiros a mais

Boa tarde, Dickinsonians!

O serviço público no Brasil é criticado por sua intensa burocracia e complexidade. Acredito que muitos já passaram por esta situação: esperar horas em uma fila para resolver algum problema, e quando FINALMENTE chega a sua vez, o atendente simplesmente diz que falta um papel ou documento e que você tem que voltar no dia seguinte. Dia seguinte: outra fila! Outro atendente, outra explicação.

Para ilustrar esta situação de forma cômica, escolhi um texto de Fernando Sabino, escritor e jornalista brasileiro, mais conhecido por seu conto “O Homem Nu”.

Espero que gostem!

CEM CRUZEIROS A MAIS – FERNANDO SABINO

Ao receber certa quantia num guichê do Ministério, verificou que o funcionário lhe havia dado cem cruzeiros e mais. Quis voltar para devolver, mas outras pessoas protestaram: entrasse na fila.

Esperou pacientemente a vez, para que o funcionário lhe fechasse na cara a janelinha de vidro:
– Tenham paciência, mas está na hora do meu café.

Agora era uma questão de teimosia. Voltou à tarde, para encontrar fila maior – não conseguiu sequer aproximar-se do guichê antes de encerrar-se o expediente.

No dia seguinte era o primeiro da fila:
– Olha aqui: o senhor ontem me deu cem cruzeiros a mais.
– Eu?

Só então reparou que o funcionário era outro.
– Seu colega, então. Um de bigodinho.
– O Mafra.
– Se o nome dele é Mafra, não sei dizer.
– Só pode ter sido o Mafra. Aqui só trabalhamos eu e o Mafra. Não fui eu. Logo…

Ele coçou a cabeça, aborrecido:
– Está bem, foi o Mafra. E daí?

O funcionário lhe explicou com toda urbanidade que não podia responder pela distração do Mafra:
– Isto aqui é uma pagadoria, meu chapa. Não posso receber, só posso pagar. Receber, só na recebedoria. O próximo!

O próximo da fila, já impaciente, empurrou-o com o cotovelo. Amar o próximo como a ti mesmo! Procurou conter-se e se afastou, indeciso. Num súbito impulso de indignação – agora iria até o fim – dirigiu-se à recebedoria.

– O Mafra? Não trabalha aqui, meu amigo, nem nunca trabalhou.
– Eu sei. Ele é da pagadoria. Mas foi quem me deu os cem cruzeiros a mais.

Informaram-lhe que não podiam receber: tratava-se de uma devolução, não era isso mesmo? E não de pagamento. Tinha trazido a guia? Pois então? Onde já se viu pagamento sem guia? Receber mil cruzeiros a troco de quê?

– Mil não: cem. A troco de devolução.
– Troco de devolução. Entenda-se.
– Pois devolvo e acabou-se.
– Só com o chefe. O próximo!

O chefe da seção já tinha saído: só no dia seguinte. No dia seguinte, depois de fazê-lo esperar mais de meia hora, o chefe informou-se que deveria redigir um ofício historiando o fato e devolvendo o dinheiro.

– Já que o senhor faz tanta questão de devolver.
– Questão absoluta.
– Louvo o seu escrúpulo.
– Mas o nosso amigo ali do guichê disse que era só entregar ao senhor – suspirou ele.
– Quem disse isso?
– Um homem de óculos naquela seção do lado de lá. Recebedoria, parece.
– O Araújo. Ele disse isso, é? Pois olhe: volte lá e diga-lhe para deixar de ser besta. Pode dizer que fui eu que falei. O Araújo sempre se metendo a entendido!
– Mas e o ofício? Não tenho nada com essa briga, vamos fazer logo o ofício.
– Impossível: tem de dar entrada no protocolo.

Saindo dali, em vez de ir ao protocolo, ou ao Araújo para dizer-lhe que deixasse de ser besta, o honesto cidadão dirigiu-se ao guichê onde recebera o dinheiro, fez da nota de cem cruzeiros uma bolinha, atirou-a lá dentro por cima do vidro e foi-se embora.

Autor:
Fernando Sabino

Crônica do livro “A Companheira de Viagem
(Editora Sabiá, 19725)

Turma da Mônica!

Boa taaaarde!

Praticamente todo Brasileiro lembra dos gibis do Mauricio de Souza dos tempos de criança… A Mônica, forte, gordinha e dentuça; O Cebolinha, “tlocando”os “Rs” pelos “Ls”; A comilona Magali e o Cascão, o menino sujinho que não toma banho… Essa turminha faz parte da cultura popular brasileira, pois pessoas de todas as idades acompanham as aventuras deste grupinho…

Vamos nos divertir com algumas tirinhas!

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1

 

Divirtam-se!

 

 

 

 

 

100 Anos…

O ano de 2013 está sendo marcado pelo centenário de diversas personalidades da Literatura Brasileira.

Vamos ver um pouco da biografia de 3 importantes nomes:

CENTENÁRIO DE RUBEM BRAGA
[100 anos de Rubem Braga]
Rubem Braga (Cachoeiro do Itapemirim ES 12 de janeiro de 1913 – Rio de Janeiro RJ 19 de dezembro de 1990). Cronista, poeta e jornalista. Nascido no estado do Espírito Santo, numa família de sete irmãos, recebe em casa as primeiras lições, conduzidas pela irmã mais velha. Estuda em Niterói, Rio de Janeiro, entre 1927 e 1928, onde conclui o curso ginasial. Em 1929, realiza suas primeiras crônicas para o jornal Correio do Sul, de Cachoeiro do Itapemirim. Ingressa na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, mas finaliza a graduação na Faculdade de Belo Horizonte, em 1932. É, então, contratado pelo Diário da Tarde, para o qual passa a escrever crônicas diárias. Ainda em 1932, realiza a cobertura da Revolução Constitucionalista para os Diários Associados, de Assis Chateaubriand. No ano seguinte, transfere-se para o Diário de S.Paulo e, em 1935, é convidado a trabalhar no Diário da Noite e em O Jornal, ambos no Rio de Janeiro. Ainda em 1935, recebe convite para chefiar a página policial do Diário de Pernambuco e muda-se para o Recife. Posteriormente, trabalha na fundação da Folha do Povo, órgão ligado à Aliança Nacional Libertadora (ANL), de oposição ao governo de Getúlio Vargas. Perseguido, muda-se para o Rio de Janeiro, onde integra a equipe de A Manhã, também ligado à ANL. Por sua manifestação de adesão à Intentona Comunista, o jornal é fechado pelo governo. Já em Minas Gerais, publica o primeiro livro, a seleção de crônicas O Conde e o Passarinho (1936). Em 1937, instaurado o Estado Novo, volta a ser perseguido, por sua participação na fundação da revista Problemas, em que se reúnem intelectuais marxistas e socialistas. Em 1940, quando tenta sair de São Paulo para o norte do país, é preso. Torna-se, em 1943, chefe de publicidade do Serviço Especial de Saúde Pública de Minas Gerais, onde há uma grande mobilização de políticos e intelectuais oposicionistas. No ano seguinte, publica seu segundo livro, O Morro do Isolamento, e vai à Itália com a Força Expedicionária Brasileira, enviado pelo Diário Carioca para cobrir a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. As viagens internacionais tornam-se constantes: cobre a eleição de Perón, na Argentina, em 1946; passa seis meses em Paris, como correspondente de O Globo, em 1947; entre 1950 e 1952, atua como correspondente europeu para o Correio da Manhã; em 1956, acompanha a eleição de Dwight D. Eisenhower, nos Estados Unidos. Durante o governo de João Café Filho (1954-1955), assume, por oito meses, a chefia do Escritório de Propaganda e Expansão Comercial do Brasil no Chile. É nomeado por Jânio Quadros embaixador do Brasil em Marrocos, em 1962. Com Fernando Sabino (1923 – 2004), cria a Editora do Autor, em 1960, e, com a participação também de Otto Lara Resende (1922 – 1992), a Editora Sabiá, em 1967, que, posteriormente, é adquirida por José Olympio. A partir de 1975, integra a equipe de jornalismo da Rede Globo de Televisão.

 

100 ANOS SEM ALUÍSIO DE AZEVEDO
Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo (São Luís MA 14 de abril de 1857 – Buenos Aires, Argentina 21 de janeiro de 1913). Romancista, contista, e dramaturgo. É irmão do escritor Artur Azevedo (1855 – 1908). Na juventude interessa-se por desenho e pintura e se matricula no Liceu Maranhense em 1871. Cinco anos depois, vai para o Rio de Janeiro para ingressar na Academia Imperial de Belas Artes, inicia suas colaborações em jornais, e exerce a função de caricaturista em O Fígaro. Volta a São Luís, em razão da morte de seu pai, em 1878. Em sua cidade natal, estréia como romancista em 1879, com o livro Uma Lágrima de Mulher, que se aproxima da estética romântica. Participa da fundação, em 1880, do periódico anticlerical O Pensador, do qual se torna um dos redatores. No ano seguinte, lança o romance O Mulato, cujo teor crítico à sociedade maranhense e o realismo sem censura provocam grande polêmica, incluindo manifestações públicas de indignação em jornais, o que motiva o seu retorno ao Rio de Janeiro em 1881. Memórias de um Condenado e Mistérios da Tijuca são publicados em folhetim em 1882, respectivamente em A Gazetinha e Folha Nova. Azevedo suprime partes e reescreve trechos de O Mulato, em 1889, para nova edição, de conteúdo menos polêmico. Vai para a Espanha, na condição de vice-cônsul, em 1895, após a edição do Livro de uma Sogra. Reúne contos, incluindo alguns da obra Demônios, e lança Pegadas, em 1897. Transfere-se para Yokohama, no Japão. Nomeado cônsul, se estabelece em La Plata, na Argentina, em 1899. Muda-se, após dois anos, para Cardiff, no País de Gales. É promovido a cônsul de primeira classe em Assunção, Paraguai, em 1910. Torna-se adido comercial do Brasil na Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. No fim de agosto de 1912, o escritor sofre um atropelamento. Suspeita-se que sua morte, no início do ano 1913, seja conseqüência das seqüelas do acidente. A obra de Azevedo é quase toda ligada a jornais, para os quais desenha, escreve artigos e publica romances em folhetim.
CENTENÁRIO DE VINICIUS DE MORAES – O POETINHA
[100 anos de Vinicius de Moraes – O Poetinha]
Vinícius de Moraes (Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1913 — Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980) foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro.
Poeta essencialmente lírico, também conhecido como “poetinha”, apelido que lhe teria atribuído Tom Jobim, notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida e suas esposas foram, respectivamente: Beatriz Azevedo de Melo (mais conhecida como Tati de Moraes), Regina Pederneiras, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nelita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues Santamaria (a Martita) e Gilda de Queirós Mattoso. Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.
Boas leituras durante a Fall Pause!

Sessão Cinema!

Dias de Chuva em Carlisle pedem filme, pipoca e cobertor!

Que tal nos atualizarmos sobre o que está passando nas telinhas do Brasil?

O último filme Brasileiro que assisti foi “Vai que dá certo”, comédia sobre cinco amigos que, devido a diversos problemas financeiros, bolam um plano para roubar dinheiro de uma transportadora.

Um filme para passar o tempo de forma descontraída, rindo dos apuros enquanto tentam ser “ladrões”!

Esta é uma lista com alguns dos lançamentos da Globo Filmes. É só clicar na imagem para assistir ao trailer:

http://globofilmes.globo.com/filmeslancamentos.htm

Boa diversão!

 

Português na Web!

Olá, Dickinsonians!

Sei que todos vocês estão conectados, então faço uma pergunta: como está o seu Português na web? É claro que a internet nos proporciona praticidade e informalidade, mas tais atributos não justificam alguns erros muito cometidos. Vejam, abaixo, cinco exemplos de erros muito comuns:

Cinco erros grosseiros de português que contaminam as redes sociais

Apesar de o português ser um idioma difícil, repleto de regras e de exceções, alguns erros chocam porque sugerem desconhecimento de regras elementares do nosso idioma.Corriqueiros em redes sociais, os cinco deslizes que selecionamos podem afetar a reputação de seus autores. Afinal, a qualidade do texto diz muito sobre a cultura geral de uma pessoa.

1. Mais no lugar de mas
“Queria conversar com meu chefe, mais ele não quis papo”. Sendo uma situação de oposição, o correto seria usar a conjunção adversativa mas.

2. Verbo no infinitivo
“O gerente da minha área vai manda o suporte técnico desbloquear o acesso ao site”. Acredite: recebemos essa mensagem por e-mail. No mesmo e-mail, o remetente diz que vai envia um novo e-mail. Sendo um verbo auxiliar de tempo, ir deveria vir seguido de um verbo no infinitivo: mandar e enviar, respectivamente.

3. Com tigo
“Preciso falar com tigo urgentemente”. Acredite: em horário comercial há média de mais de cinco tuítes por hora com essa substituição de contigo.

4. Meia em vez de meio
“Ir à academia logo cedo me deixa meia cansada o dia todo”. Quando é advérbio, tendo o sentido de um pouco, a palavra meio não varia. Portanto, o correto seria meio cansada. Quando é adjetivo, tendo o sentido de metade, varia: meio tomate, meia cebola.

5. Fotinha em vez de fotinho
“Anunciaremos o vencedor do concurso publicando sua fotinha em nossa página no Facebook”. O tuíte foi publicado no perfil oficial de uma empresa! Embora foto seja a redução de fotografia, a terminação inicial, que é masculina, se mantém no diminutivo. O correto, portanto, é fotinho.

Os exemplos foram extraídos de perfis no Twitter que pertencem a profissionais de comunicação ou empresas.

01/10/2012

Fonte:   www.tracto.com.br

Crônica!

Bom dia!

Que tal começar o dia com uma crônica de Luis Fernando Verissimo?

Conhecido por seu bom humor relacionado às histórias do cotidiano, Verissimo é um escritor gaúcho contemporâneo, filho de Érico Verissimo.

A crônica que escolhi é sobre um dos temas mais comuns da vida – o relacionamento amoroso.

Vejam o que acontece por uma aliança…

Uma ótima semana a todos!

 

 

A aliança – Luis Fernando Verissimo

Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer jeito, mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise brasileira, o apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio ou a grande aventura do homem sobre a Terra. Situa-se no terreno mais baixo das pequenas aflições da classe média. Enfim. Aconteceu com um amigo meu. Fictício, claro.

Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira, todos os dias à mesma hora. Um homem dos seus 40 anos, naquela idade em que já sabe que nunca será o dono de um cassino em Samarkand, com diamantes nos dentes, mas ainda pode esperar algumas surpresas da vida, como ganhar na loto ou furar-lhe um pneu. Furou-lhe um pneu. Com dificuldade ele encostou o carro no meio-fio e preparou-se para a batalha contra o macaco, não um dos grandes macacos que o desafiavam no jângal dos seus sonhos de infância, mas o macaco do seu carro tamanho médio, que provavelmente não funcionaria, resignação e reticências… Conseguiu fazer o macaco funcionar, ergueu o carro, trocou o pneu e já estava fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou pelo dedo sujo de óleo e caiu no chão. Ele deu um passo para pegar a aliança do asfalto, mas sem querer a chutou. A aliança bateu na roda de um carro que passava e voou para um bueiro. Onde desapareceu diante dos seus olhos, nos quais ele custou a acreditar. Limpou as mãos o melhor que pôde, entrou no carro e seguiu para casa. Começou a pensar no que diria para a mulher. Imaginou a cena. Ele entrando em casa e respondendo às perguntas da mulher antes de ela fazê-las.
— Você não sabe o que me aconteceu!
— O quê?
— Uma coisa incrível.
— O quê?
— Contando ninguém acredita.

— Conta!
— Você não nota nada de diferente em mim? Não está faltando nada?
— Não.
— Olhe.
E ele mostraria o dedo da aliança, sem a aliança.
— O que aconteceu?
E ele contaria. Tudo, exatamente como acontecera. O macaco. O óleo. A aliança no asfalto. O chute involuntário. E a aliança voando para o bueiro e desaparecendo.
— Que coisa – diria a mulher, calmamente.
— Não é difícil de acreditar?
— Não. É perfeitamente possível.
— Pois é. Eu…
— SEU CRETINO!
— Meu bem…
— Está me achando com cara de boba? De palhaça? Eu sei o que aconteceu com essa aliança. Você tirou do dedo para namorar. É ou não é? Para fazer um programa. Chega em casa a esta hora e ainda tem a cara-de-pau de inventar uma história em que só um imbecil acreditaria.
— Mas, meu bem…
— Eu sei onde está essa aliança. Perdida no tapete felpudo de algum motel. Dentro do ralo de alguma banheira redonda. Seu sem-vergonha!
E ela sairia de casa, com as crianças, sem querer ouvir explicações. Ele chegou em casa sem dizer nada. Por que o atraso? Muito trânsito. Por que essa cara? Nada, nada. E, finalmente:
— Que fim levou a sua aliança? E ele disse:
— Tirei para namorar. Para fazer um programa. E perdi no motel. Pronto. Não tenho desculpas. Se você quiser encerrar nosso casamento agora, eu compreenderei.
Ela fez cara de choro. Depois correu para o quarto e bateu com a porta. Dez minutos depois reapareceu. Disse que aquilo significava uma crise no casamento deles, mas que eles, com bom-senso, a venceriam.
— O mais importante é que você não mentiu pra mim.
E foi tratar do jantar.


Texto extraído do livro “
As mentiras que os homens contam“, Editora Objetiva – Rio de Janeiro, 2000, pág. 37.

Feliz Primavera!

Estamos entrando no lindo outono Americano…

Folhas amarelando e caindo… Clima esfriando…

Enquanto isso, a Primavera vai se instalando lentamente no hemisfério sul e enchendo as paisagens de beleza!

Para comemorar a chegada desta data tão especial, 23 de setembro, deixo o texto de Cecília Meireles, chamado “Primavera”.

 

Primavera

Cecília Meireles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

Texto extraído do livro “Cecília Meireles – Obra em Prosa – Volume 1“, Editora Nova Fronteira – Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.

 

Para complementar, uma música do mesmo tema, inicialmente cantada por Tim Maia e neste vídeo regravada por Maurício Manieri:

Primavera

 

E para concluir, um poema de Mario Quintana:

Canção da Primavera – Mario Quintana

(Para Érico Veríssimo)
Primavera cruza o rio
Cruza o sonho que tu sonhas.
Na cidade adormecida
Primavera vem chegando.
Catavento enlouqueceu,
Ficou girando, girando.
Em torno do catavento
Dancemos todos em bando.Dancemos todos, dancemos,
Amadas, Mortos, Amigos,
Dancemos todos até
Não mais saber-se o motivo…

Até que as paineiras tenham
Por sobre os muros florido!