As reformas ortográficas


Em diversos momentos, a língua portuguesa sofreu transformações no padrão de sua grafia.

Nesse ano, cursinhos preparatórios, colégios, professores e alunos passaram a reorientar os padrões da escrita com o estabelecimento da reforma ortográfica. Para muitos, essa mudança é maléfica e não oferece vantagens compatíveis a todo o esforço que se tem para abandonar as antigas formas agora consideradas errôneas. Outros apontam que esse tipo de mudança na língua se faz importante na elaboração de uma mesma grafia para todos os países que adotam o português como língua pátria.

Ao contrário do que se imagina, todas essas mudanças não são mero fruto da modernidade e de todos os interesses diplomáticos, políticos e econômicos que cercam a questão. Desde sempre, o português, assim como outras diversas línguas espalhadas pelo mundo, sofre modificações. Com isso, podemos salientar uma historicidade em nossas reformas ortográficas que, na verdade, começaram a existir desde o século dezesseis.

Na época dos anos de 1500, a língua portuguesa era bastante carente de qualquer tipo de padronização em sua escrita. Cada pessoa que escrevia elaborava um sistema de regras próprio que, na grande maioria dos casos, seguia o som estabelecido pela própria palavra. Em muitas situações, um mesmo termo era escrito com ou sem “gu”, “qu” ou “y”. Dessa forma, a leitura de documentos dessa época é extremamente complicada e dificultosa.

Entretanto, no desenrolar da Renascença, os intelectuais lusitanos quiseram rebuscar a escrita da língua com o uso e o abuso de classicismos que infestaram sua escrita com a adoção de grafemas com “y”, “ph”, “th” e “rh”. Para exemplificar esse novo período, podemos dizer que “As medicações oferecidas pelo pharmacia não curam os males que observamos nos dramas do theatro”. Enquanto isso, o português sofria outras intervenções ao se misturar com as línguas indígenas e africanas do Brasil Colonial.

A salada de expressões e grafias sofreu um controle maior no período em que o despotismo ilustrado tomava conta da administração lusitana. Sob a tutela de marquês de Pombal, novas leis determinavam uma padronização do português com a criação das Aulas Régias, que seriam ministradas por professores leigos. Dessa forma, o português falado no Brasil foi tomando linhas mais nítidas e perdeu uma série de seus indigenismos e africanismos.

A primeira reforma que se tem notícia aconteceu em 1911, quando o filólogo Gonçalves Viana defendeu a simplificação da língua e seu distanciamento do latim. Inicialmente, o Brasil adotou a ideia, mas logo retrocedeu na decisão ao recuperar o uso do “ph” e “ch”. No início da década de 1930, um projeto de simplificação foi mais uma vez elaborado, contudo o governo de Getúlio Vargas anulou o padrão. Somente quatro anos mais tarde, por pressão dos professores, algumas novidades foram incorporadas.

Em 1943, uma nova convenção foi organizada, mas só os brasileiros decidiram utilizar as mudanças, como a substituição do “z” pelo “s” na grafia da palavra “casa”. Dois anos mais tarde, foi o Brasil quem não aceitou o uso de algumas consoantes mudas (“afecto” “óptico”) e o abandono completo do trema. Somente vinte e seis anos mais tarde, o Brasil decidiu abolir alguns tremas e acentos diferenciais (“almôço”, sòmente, saüdade).

Até chegarmos ao acordo que reuniu todas as nações lusófonas, aconteceu um encontro anterior em 1986. Nessa penúltima reunião sediada no Rio de Janeiro, foram apontadas várias das mudanças incorporadas ao acordo ortográfico atual. Segundo o mesmo, os portugueses só abrirão mão do uso de certas consoantes mudas no ano de 2017.

Vigente a partir do ano de 2009, o novo acordo ortográfico gera a expectativa em muitos que desconfiam do seu efetivo cumprimento.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
Fonte: http://www.brasilescola.com/curiosidades/as-reformas-ortograficas.htm

Jogos interactivos de língua e cultura portuguesa: aprender brincando

 

 

PORTUGAL

 

Centro Virtugal Camões

 

O CVC estreia novo visual e inclui novos recursos (alguns ainda em fase de remodelação) na sua secção Aprender português.  A parte mais lúdica corresponde a BRINCAR, onde podemos acesar a antigos e novos jogos:

 

  • Jogo da Lusofonia, um jogo divertido sobre os países de língua portuguesa. Com 265 questões de escolha múltipla, o jogo incide sobre os temas: História, Geografia, Cultura, História da Língua, Expressões e Provérbios. Para jogar individualmente ou em equipa (até 3 jogadores/equipas).
  • Jogos léxicais. Três níveis de dificuldade: inicial, intermédio e avançado (Inicial: sopas de letras, falsos gémeos, palavras escondidas, letras à mistura, caça ao intruso…; Associações, jogo do esconde, expressões idiomáticas; Avançado: palavras difíciceis, O que significa?, provérbios escondidos…).
  • O Jogo da Glória (testes de língua portuguesa com três níveis de dificuldade; podem jogar 1, 2 ou tres jogadores).
  • Jogo da forca: novidade, em modo campeonato ou em modo treino, com vários níveis e campos léxicos).
  • Jogos de vocabulário por temas: as cores, a casa, o corpo humano, os números, tempos livres, tempos livres, rotinas, viagens, vida saudável…
  • Figuras célebres: personagens importantes da cultura portuguesa organizadas por séculos. Para estudantes com nível intermédio.
  • Gramaticando. Jogos de língua portuguesa (acentos, género e número, verbos…).

 

LUDOTECH:

 

 

JOGOS DE LÍNGUA PORTUGUESA

 

 

SÍTIO DOS MIÚDOS

 

  • Acerta nas letras: é parecido com o jogo da forca.
  • Palavras difíceis: dictado com áudio para distinguir sons do português). Sítio dos Miúdos.
  • Caça-palavras: sopa de letras dos planetas e das constelações.
  • Descobrir o meio: relacionar palavras de diferentes campos léxicos (profissões, transportes, alimentação, vestuário, casa, frutas…).
  • Muitos jogos para crianças, como o Jogo do cenário (para brincar aos pintores, podendo criar e imprimir muitos quadros diferentes).
  • Sabias que…? (animais, desporto, corpo humano…).

 

CULTURA

 

 

PALAVRAS CRUZADAS:

 

 

SOPA DE LETRAS:

 

 

VÁRIOS:

 

 

 

QUIZ

 

  • RTP (história de Portugal, geoquiz, cultura, cinema…)

 

BRASIL

 

Língua portuguesa

 

 

Varios

 

 

OUTROS

 

  • Internet Polyglot; para aprender vocabulário, usando cartões bilingües (com texto, imagem e audio, segundo a língua), que permitem o uso de estratégias didácticas e jogos. É possível aprender português relacionado com outras línguas. Os jogos agrupam-se por temas: animais, cores, veículos, família, desportes, gramática, etc.
  • O xarope dos idiomas (Colegio de Farmaceúticos de Barcelona) jogo online para aprender vocabulário da saúde. Com diferentes níveis, aprendem-se palavras em 19 idiomas: alemão, inglês, árabe, basco, búlgaro, castelhano, catalão, francês, galego, italiano, polaco, português, romeno, russo, tagal, ucraniano, urdu, wolof e chinês.
  • Mais que jogos. Jogos em flash para provocar situações comunicativas (decorar a casa, vestir-se…). Vestir o Elvis Presley.

 


Prefere um cafezinho ou um chazinho bem quentinho?

Muitos erros de ortografia resultam da falta de acentos, mas também do seu excesso

É o que acontece em palavras como cafezinho, chazinho e sozinho, as quais muita gente insiste em grafar com acento: *cafézinho, *sózinho, *cházinho.

Ao associar o sufixo -zinho às palavras café, chá e , o acento tónico (mais forte) passou a recair na sílaba zi, razão pela qual não faz sentido manter o acento gráfico que existia nas palavras primitivas (se pronunciarmos essas palavras pausadamente, verificamos que a sílaba forte é, sem dúvida, a sílaba zi).

Esta regra é válida para qualquer palavra derivada por sufixação, cuja palavra primitiva contenha um acento gráfico. Veja-se, por exemplo, os advérbios terminados em -mente: as palavras obviamente e psicologicamente não precisam de acento agudo, pela mesma razão: ao associar o sufixo -mente às bases óbvio e psicológico, o acento tónico avançou para a sílaba men, exigindo a supressão do acento gráfico que existia nessas palavras.

A propósito, prefiro um chazinho bem quentinho a um café!

Não convém esquecer também que o verbo preferir rege a preposição a: “preferir uma coisa a outra” e não “do que outra”.

Por S. Duarte

Retirado de: http://linguamodadoisec.blogspot.com/2007/03/prefere-um-cafezinho-ou-um-chazinho-bem.html

GRAMÁTICA

 

GRAMÁTICA é uma palavra de origem grega formada a partir de grámma, que quer dizer letra. Originalmente, Gramática era o nome das técnicas de escrita e leitura. Posteriormente, passou a designar o conjunto das regras que garantem o uso modelar da língua a chamada Gramática normativa, que estabelece padrões de certo e errado para as formas do idioma. Gramática também é, atualmente, a descrição científica do funcionamento de uma língua. Nesse caso, é chamada de Gramática descritiva. A Gramática normativa estabelece a norma culta, ou seja, o padrão lingüístico que socialmente é considerado modelar e é adotado para ensino nas escolas e para a redação dos documentos oficiais.Há línguas que não têm forma escrita, como algumas línguas indígenas brasileiras. Nesses casos, o conhecimento lingüístico é transmitido oralmente. As línguas que têm forma escrita, como é o caso do português, necessitam da Gramática normativa para que se garanta a existência de um padrão lingüístico uniforme no qual se registre a produção cultural. Conhecer a norma culta é, portanto, uma forma de ter acesso a essa produção cultural e à linguagem oficial.

DIVISÃO DA GRAMÁTICA

 

Divide-se a Gramática em:

 

a) Fonologia – estuda os fonemas ou sons da língua e a forma como esses fonemas dão origem às sílabas. Fazem parte da Fonologia a ortoepia ou ortoépia (estudo da articulação e pronúncia dos vocábulos), a prosódia (estudo da acentuação tônica dos vocábulos) e a ortografia (estudo da forma escrita das palavras).

 

b) Morfologia – estuda as palavras e os elementos que as constituem. A Morfologia analisa a estrutura, a formação e os mecanismos de flexão das palavras, além de dividilas em classes gramaticais.

 

c) Sintaxe – estuda as formas de relacionamento entre palavras ou entre orações. Dividese em sintaxe das funções, que estuda a estrutura da oração e do período, e sintaxe das relações, a qual inclui a regência, a colocação e a concordância.

 

MORFOSSINTAXE

 

A classificação morfológica de uma palavra só pode ser feita eficientemente se observar sua função nas orações. Esse fato demonstra a profunda interligação existente entre a morfologia e a sintaxe. É por isso que se tem preferido falar atualmente em morfossintaxe, ou seja, a apreciação conjunta da classificação morfológica e da função sintática das palavras. O enfoque morfossintático da língua portuguesa será prioritário neste livro, uma vez que facilita a compreensão de muitos mecanismos da língua.