Sejam todos bem-vindos !

Olá, pessoal

 

Eu sou o Alexandre Dias, ou apenas Alex!

E como novo assistente de Português, estarei com vocês durante todo o ano.

Estou aqui não só para ajudar no aprendizado do idioma, mas também para compartilhar um pouco da cultura brasileira. Portanto, sintam-se à vontade em me procurar caso haja qualquer dúvida ou curiosidade, ou caso queiram aprender mais sobre o Brasil.

 

Nossa mesa de Português acontece sempre às quartas das 5pm às 7pm. Venham e tragam seus amigos!

Vocês também podem sugerir assuntos a serem discutidos durante nossos encontros.

 

Estarei também no MWC todas as segundas e terças-feiras das 6:30pm às 10:30pm. Será um prazer ajudá-los.

E não tenham medo, pois estamos todos aprendendo!

 

xD

Reta final!

Boa tarde!

Última semana de aulas, antes da semana de provas finais. E cada um se prepara para ir embora… Alguns por poucos meses, outros talvez para sempre!

Acredito que viver a realidade diária da Dickinson muda a vida de todas as pessoas… Muitos desafios, conquistas e, acima de tudo, aprendizado!

Deixo um poema de Olavo Bilac para inspirar a última semana desta primavera…

Boas provas e aproveitem!

Nel mezzo del camim…

Olavo Bilac


Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E alma de sonhos povoada eu tinha…

E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.

Hoje segues de novo… Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.

E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.

Fonte: http://www.releituras.com/olavobilac_menu.asp

Capoeira e Açaí!

Boa noite!

Gostaria de começar o post agradecendo a todos que apoiaram o evento de Capoeira+Açaí! Muito obrigada!

Fiquei muito feliz por ter participado e levado um gostinho do nosso açaí aos Dickinsonians!

Eis algumas fotos do evento:

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O que acharam? Comentem!

Até o próximo evento!

Abraços!

CAPOEIRA! 16 de abril!

Boa tarde!

Teremos a oportunidade de aprender e vivenciar um pouco de CAPOEIRA, num workshop que vai ser realizado no dia 16 de abril de 2014! Contamos com a presença de todos!

capoeira_event_2014_Poster

Para nos prepararmos, vamos assistir a um vídeo que conta um pouco das raízes desta arte marcial:

O clube de português organizará alguns quitutes… Esperamos vocês!

Primeiro de Abril!

Boa tarde!

Com as águas de março fechando o “inverno” (e lá se vai a rima!), estamos nos preparando para o desabrochar das flores com o início de Abril! Mas, para começar Abril, temos que passar pelo primeiro dia, ou seja, dia Primeiro de Abril!

Conhecido como “Dia da Mentira”, primeiro de abril é o dia em que brincamos e pregamos peças nos amigos e na família! Fique atento! Nem tudo pode ser verdade…

Para celebrar a chegada de um novo mês, deixo uma crônica de Luis Fernando Verissimo sobre o tema!

Boa semana a todos!

 

A Verdade Sobre o Dia Primeiro de Abril

O ano nem sempre foi como nós o conhecemos agora. Por exemplo: no antigo calendário romano, abril era o segundo mês do ano. E na França, até meados do século XVI, abril era o primeiro mês. Como havia o hábito de dar presentes no começo de cada ano, o primeiro dia de abril era, para os franceses da época, o que o Natal é para nós hoje, um dia de alegrias, salvo para quem ganhava meias ou uma água-de-colônia barata. Com a introdução do calendário gregoriano, em 1564, primeiro de janeiro passou a ser o primeiro dia do ano e, portanto, o dia dos presentes. E primeiro de abril passou a ser um falso Natal – o dia de não se ganhar mais nada. Por extensão, o dia de ser iludido. Por extensão, o Dia da Mentira. VOCÊ ACREDITOU NESSA?

Há outra. No hemisfério Norte, onde tudo é o contrário do hemisfério Sul – inclusive, em muitos países, corrupto vai para a cadeia, imagine! -, a primavera está no auge em abril. “Abril” viria, mesmo, do latim Aprills, que viria de Aperire, ou Abrir, pois a primavera é a estação em que os botões se abrem, tanto das flores quanto das roupas, e o pólen está no ar, e as abelhas voam, os camponeses correm atrás das camponesas e, como se não bastasse toda esta confusão, os alérgicos espirram e os pássaros cantam. Um dos primeiros pássaros a cantar a chegada da primavera é o cuco, cuja característica é imitar a voz de outros pássaros, tanto que os assim chamados relógios-cucos não deviam ter este nome, já que o que o passarinho canta quando sai da janelinha nunca é o seu próprio canto, é plágio. O primeiro dia de abril, na Europa, era, portanto, o Dia do Cuco, que saía do seu ninho para espalhar a discórdia, já que ora imitava um pássaro, ora imitava outro. E a todas estas horas as camponesas voavam, as abelhas perseguiam os camponeses pelos campos e os alérgicos floriam e as flores espirravam e os padres mandavam parar essa pouca-vergonha, já! E matem aquele cuco. Primeiro de abril era o Dia do Cuco. O cuco é um pássaro mentiroso. Aliás, até hoje, ninguém, fora alguns parentes mais chegados, sabe como é o canto real de um cuco, já que ele sempre canta como outro. Logo, primeiro de abril ficou como o dia dos mentirosos. ESSA CONVENCEU? Aqui vai outra. Na verdade tudo vem da Índia, onde desde tempos imemoráveis existe o Festival de Huli, uma festa que dura um mês e em que tudo é ao contrário, tanto que ela começa no dia 30 de abril e termina no dia primeiro, quando as pessoas entram nas suas casas, de costas e começam a se preparar para a festa que já houve. O último dia do Festival de Huli é reservado para o “Vahila”, que em sânscrito quer dizer “Tirar um Sarro”, que é quando as pessoas recebem incumbências absurdas, como – isto já na época do domínio britanico – levantar a saia da estátua da rainha Vitória para ver se a calcinha também era de bronze. Foram, aliás, os ingleses que levaram a tradição do Huli para a Europa, junto com o curry e a malária. Uma destas é a verdadeira origem do primeiro de abril. Mas, claro, isto também pode ser mentira…

Entrevista com Jô Soares

Boa tarde!

Quem  nunca pensou: “De onde vem a voz do Google Tradutor?” ou até mesmo deu uma bronca na “mulher do GPS”?

Então… Jô Soares entrevistou Regina Bittar, a locutora que tem a voz mais famosa do Google no Brasil.

Um tanto curioso… Aproveitem!

Música Brasileira

No ritmo pós-carnaval e Spring Break, nada melhor do que relaxar com uma música que representa a descontração e alegria brasileiras!

A música escolhida para animar a semana de volta aos estudos dos Dickinsonians foi Num Corpo Só, interpretada pela filha de Ellis Regina, a adorada Maria Rita!

Num Corpo Só

Maria Rita

Eu tentei, mas não deu pra ficar sem você
Enjoei de tentar
Me cansei de querer encontrar
Um amor pra assumir teu lugar

Eu tentei mas não deu pra ficar sem você
Enjoei de esperar
Me cansei de querer encontrar
Um amor pra assumir teu lugar

É muito pouco,
Venha alegrar o meu mundo que anda vazio, vazio
Me deixa louca
É só beijar tua boca que eu me arrepio,
Arrepio, arrepio

E o pior
É que você não sabe que eu
Sempre te amei
Pra falar a verdade eu também
Nem sei
Quantas vezes eu sonhei juntar
Teu corpo, meu corpo
Num corpo só

Vem!
Se tiver acompanhado, esquece e vem
Se tiver hora marcada, esquece e vem
Vem!
Venha ver a madrugada e o sol que vem
Que uma noite não é nada, meu bem

Eu tentei, mas não deu pra ficar sem você
Enjoei de esperar
Me cansei de querer encontrar
Um amor pra assumir seu lugar

É muito pouco,
Venha alegrar o meu mundo que anda vazio, vazio
Me deixa louca
É só beijar tua boca que eu me arrepio,
Arrepio, arrepio

E o pior
É que você não sabe que eu
Sempre te amei
Pra falar a verdade eu também
Nem sei
Quantas vezes eu sonhei juntar
Teu corpo, meu corpo
Num corpo só

Vem!
Se tiver acompanhado, esquece e vem
Se tiver hora marcada, esquece e vem
Vem!
Venha ver a madrugada e o sol que vem
Que uma noite não é nada, meu bem

Vem!
Se tiver acompanhado, esquece e vem
Se tiver hora marcada, esquece e vem
Vem!
Vamos ver a madrugada e o sol que vem
Que uma noite não é nada, meu bem

FONTE: http://letras.mus.br/maria-rita/1079461/

E então, gostaram?

 

 

É Carnaval!

Samba, cores, muita alegria!

É assim que os Brasileiros passam o feriado mais longo do ano: com muita diversão!

Cada região do país tem a sua própria maneira de celebrar essa data. Vamos conhecer um pouco sobre cada uma delas?

Como tudo começou…

carnaval chegou ao Brasil em meados do século XVII, sob influência das festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em alguns países, como a França, o carnaval acontecia em forma de desfiles urbanos, ou seja, os carnavalescos usavam máscaras e fantasias e saíam pelas ruas comemorando.

Certos personagens têm origem europeia, mas mesmo assim foram incorporados ao carnaval brasileiro como, por exemplo, rei momo, pierrô, colombina.

A partir desse período, os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos cortejos de automóveis (corsos) foram criados, mas só se popularizaram no começo do século XX.
As pessoas decoravam seus carros, fantasiavam-se e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades, dando origem assim aos carros alegóricos. O carnaval tornou-se mais popular no decorrer do século XX e teve um crescimento considerável que ocorreu devido às marchinhas carnavalescas (músicas que faziam o carnaval ficar mais animado).

A primeira escola de samba foi criada no dia 12 de agosto de 1928, no Rio de Janeiro, e chamava-se “Deixa Falar”, anos depois seu nome foi modificado para Estácio de Sá. Com isso, nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo foram surgindo novas escolas de samba. Organizaram-se em Ligas de Escolas de Samba e iniciaram os primeiros campeonatos para escolher qual escola era a mais bonita e a mais animada. A região nordeste permaneceu com as tradições originais do carnaval de rua, como Recife e Olinda. Já na Bahia o carnaval fugiu da tradição, conta com trios elétricos, embalados por músicas dançantes, em especial o axé.

Veja a seguir os Estados que mais celebram o carnaval:

Rio de Janeiro

 A folia carnavalesca carioca começa antes dos dias oficiais do carnaval. Já no mês de setembro começam os ensaios nas quadras das diversas escolas de samba da cidade.

No mês de dezembro a cidade já se agita com os denominados “ensaios de rua” e a mais nova criação: “ensaios técnicos”, que levam milhares de pessoas ao Sambódromo todo final de semana. Os desfiles oficiais são realizados durante a data oficial do carnaval.

Pernambuco

Milhares de pessoas saem pelas ruas de Olinda e Recife, a maioria fantasiada e ao som do frevo (ritmo marcante do Estado).

O carnaval de Pernambuco conta com dezenas de bonecos gigantes, os foliões são extremamente animados. Uma das grandes atrações é o bloco carnavalesco “Galo da Madrugada”.

Bahia

O carnaval baiano é, sem dúvida, um dos mais calorosos e animados do Brasil e do mundo. Em especial na cidade de Salvador, onde se localiza os três principais circuitos carnavalescos: Dodô, Osmar e Batatinha.

Por esses circuitos passam mais de 150 blocos organizados, cerca de 2 milhões de pessoas durante os dias de festa. Normalmente esses blocos se apresentam com os trios elétricos e com cantores famosos.

São Paulo

O carnaval paulista é similar ao carnaval carioca. Acontece um grande desfile das escolas de samba da cidade. O desfile ocorre em uma passarela projetada por Oscar Niemeyer.

Há o desfile do Grupo Especial e do Grupo de Acesso, que acontecem na sexta-feira e no sábado, para não haver concorrência com o desfile do Rio de Janeiro.

FONTE: http://www.brasilescola.com/carnaval/carnaval-no-brasil.htm

Semana da Arte Moderna

Boa tarde!

Nesta época, em fevereiro de 1922, um momento muito marcante estava para acontecer, que mudaria o rumo cultural do país.

Artistas de diversas áreas organizaram a Semana de Arte Moderna, que é o marco inicial do Modernismo Brasileiro.

Eis um pouco sobre o evento e também alguns dos resultados obtidos!

tarsilaamaral

arte moderna sem

Semana de Arte Moderna de 1922, realizada em São Paulo, no Teatro Municipal, de 11 a 18 de fevereiro, teve como principal propósito renovar, transformar o contexto artístico e cultural urbano, tanto na literatura, quanto nas artes plásticas, na arquitetura e na música. Mudar, subverter uma produção artística, criar uma arte essencialmente brasileira, embora em sintonia com as novas tendências europeias, essa era basicamente a intenção dos modernistas.

Durante uma semana, a cidade entrou em plena ebulição cultural, sob a inspiração de novas linguagens, de experiências artísticas, de uma liberdade criadora sem igual, com o consequente rompimento com o passado. O catálogo da Semana apresenta nomes como os de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Yan de Almeida Prado, John Graz, Oswaldo Goeldi, entre outros, na Pintura e no Desenho; Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso e Wilhelm Haarberg, na Escultura; Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel, na Arquitetura. Entre os escritores encontravam-se Mário e Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Sérgio Milliet, Plínio Salgado, e outros mais. A música estava representada por autores consagrados, como Villa-Lobos, Guiomar Novais, Ernani Braga e Frutuoso Viana.

O movimento modernista eclodiu em um contexto repleto de agitações políticas, sociais, econômicas e culturais. Em meio a este redemoinho histórico surgiram as vanguardas artísticas e linguagens liberadas de regras e de disciplinas. A Semana, como toda inovação, não foi bem acolhida pelos tradicionais paulistas, e a crítica não poupou esforços para destruir suas ideias, em plena vigência da República Velha, encabeçada por oligarcas do café e da política conservadora que então dominava o cenário brasileiro. A elite, habituada aos modelos estéticos europeus mais arcaicos, sentiu-se violentada em sua sensibilidade e afrontada em suas preferências artísticas.

FONTE: http://www.infoescola.com/artes/semana-de-arte-moderna/

Poemas declamados na Semana de Arte Moderna:
Ode ao burguês
                                      Mário de Andrade
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,
O burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! o homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
É sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampeões! os condes Joões! os duques zurros!
Que vivem dentro de muros sem pulos;
E gemem sangue de alguns milréis fracos
Para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
E tocam os “Printemps” com as unhas!
Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
Fará Sol? Choverá? Arlequinal!
Mas à chuva dos rosais
O êxtase fará sempre Sol!
Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais!
Morte ao burguês-mensal!
Ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi!
Padaria Suíça! Morte viva ao Adriano!
“- Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
– Um colar… – Conto e quinhentos!!!
Mas nós morremos de fome!”
Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma!
Oh! purée de batatas morais!
Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!
Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a Central do meu rancor inebriante!
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!
Fora! Fu! Fora o bom burguês!…
                             ANDRADE, Mário de. Mário de Andrade – poesias completas.
                                                                         Belo Horizonte: Villa Rica, 1993.
Os sapos¹
                    Manuel Bandeira
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
– “Meu pai foi à guerra!”
– “Não foi!” – “Foi!” – “Não foi!”
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: – “Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom.
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinqüenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas…”
Urra o sapo-boi:
– “Meu pai foi rei” – “Foi!”
– “Não foi!” – “Foi!” – “Não foi!”
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
– “A grande arte é como
Lavor de joalheiro.
Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo”.
Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas:
– “Sei!” – “Não sabe!” – “Sabe!”
Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Verte a sombra imensa;
Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é
Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio…
                 BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa.
                                  Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985.

Deixa nevar!

Boa tarde!

Para aqueles de acordaram, abriram a janela e se desanimaram ao ver tanta neve na rua, alegrem-se!

Por mais que neve seja tão comum quanto chuva ou nuvem para você, saiba que muitas pessoas SONHAM em poder “ver neve”.

Quando um brasileiro vê neve pela primeira vez, a reação é praticamente a mesma para todos: pulam, tentam pegar os flocos, dão risadas, fazem bonecos, guerra de neve (e tudo isso com muito barulho!)… Para confirmar como o brasileiro vê a neve como algo de “outro mundo”, eis uma crônica que explica direitinho!

Abraços a todos!

Das neves

Ricardo Freire • 24 junho, 2011

Tubing em Farellones, Santiago

Olha, por mais patriota que a pessoa seja, tem uma hora que a verdade aparece. O fato é que não, Deus não é brasileiro coisa nenhuma.

A prova a gente está vendo agora. Qual é o maior desejo do brasileiro? Aquilo que o brasileiro mais sonha ver na vida? Outros povos podem sonhar com a Torre Eiffel, o Taj Mahal ou o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. O brasileiro, não. O brasileiro é mais simples. Tudo o que o brasileiro quer na vida é poder ver neve.

É pedir muito, Deus? Só um pouquinho de neve. Pra ver como é. Dar uma pisadinha, entende? Uma hora brincando na neve, e o brasileiro já pode morrer feliz. (É uma figura de linguagem, viu, Deus? Não leve ao pé da letra, pelo amor do senhor mesmo.)

 Se Deus fosse realmente brasileiro, tinha arranjado um jeito de pôr neve no Brasil. Mas não. Quando neva em São Joaquim ou em Gramado, entre você ver a notícia no Jornal Nacional e pegar o avião, a neve já derreteu. Neve no Brasil não é neve: é um desaforo.

Daí teoricamente Deus pôs neve nos países vizinhos. Digo teoricamente porque não é bem assim. Neve tem época! Em janeiro todos os brasileirinhos estão de férias, e quem diz que Deus faz nevar na Argentina? É tudo muito malfeito.

E então quando chega naquele espacinho de tempo em que Deus permite que a neve coincida com as férias, o que acontece? Gripe suína. Terremoto. Cinzas de vulcão. Aeroportos fechados. Pânico. Deus que me perdoe, mas isso já é perseguição. Daqui a pouco o real desvaloriza de novo (toc, toc, toc) e aí sim, bye bye neve para sempre.

Mas nós da Viagens Brancas Ltda. não nos deixamos abater. O brasileiro tem, sim, direito à felicidade, e se a felicidade do brasileiro depende de ver neve, nós faremos de tudo para que seu sonho se realize. Estamos lançando o pacote All-Snowed.

Todos os sábados um Boeing fretado está à nossa disposição em Cumbica para levar nossos clientes a algum lugar do planeta onde haja neve. Se não houver neve em lugar nenhum, levamos você direto a Dubai, onde uma pista de esqui coberta está aberta 365 dias por ano.

Ligue já. Não se sabe até quando (toc, toc, toc) Deus vai deixar que esse real forte fique no seu bolso.

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Fonte: http://www.viajenaviagem.com/2011/06/das-neves-minha-cronica-no-divirta-se-do-estadao/